“Se vocês virem um agricultor com as mãos sujas de terra, por favor, não pensem que vocês são melhores. Vocês acham que são mais inteligentes, porque trabalham no escritório e tem o conforto da cidade. Mas quem dá a vida para vocês e seus filhos? Se o campo acabar, fecham-se as cidades.” Ana Primavesi, mentora da agroecologia no Brasil
Em meados de 2011 um grupo de paulistanos, preocupado com a saúde alimentar, a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida na cidade grande, teve a ideia de criar hortas comunitárias em praças e terrenos públicos de São Paulo. Conscientes dos prejuízos à saúde causados por alimentos industrializados e cultivados com agrotóxicos e hormônios para produção em larga escala; e defensores da agroecologia, permacultura e produção orgânica para um sistema sócio-econômico sustentável, os HORTELÕES URBANOS passaram a intervir na cidade defendendo seu projeto de vida, que inclui, entre outros, o cultivo e uso de alimentos naturais e de produção local, a reciclagem de seu próprio lixo e o incentivo ao consumo consciente. Não são os primeiros a cultivar hortas na cidade, mas foram os primeiros a assumir uma postura política relacionada à cultura agroecológica.
Quase dois anos depois, os hortelões urbanos somam aproximadamente 3 mil em grupo no Facebook, muitos inclusive não moram em São Paulo, e a maioria nem se conhece pessoalmente. Mas através da internet, formam uma rede informal e descentralizada de apoio e inspiração para o cultivo de plantas comestíveis. Hoje em São Paulo existem cerca de dez hortas comunitárias espalhadas em diversos bairros. A Horta das Corujas, na Vila Madalena; a Horta Comunitária Vila Pompeia, na esquina das ruas Francisco Bayardo e Saramenha; e a Horta do Ciclista, no canteiro da avenida Paulista, altura da rua Bela Cintra, são alguns exemplos. São ações espontâneas, localizadas e não necessariamente feitas pelo mesmo grupo de pessoas. Alguns desses agricultores urbanos participam de conselhos e políticas públicas municipais, estaduais e federais para incentivo da criação e manutenção de hortas comunitárias e educativas; organizam campanhas de educação alimentar e compostagem a partir de resíduos alimentares; fazem ações em parcerias com outras entidades e coletivos.
Esse é o cenário abordado neste blog. Um universo rico e crescente, envolvendo um novo cidadão, que se apropria e cuida de sua cidade; que procura viver mais e melhor em comunidade, buscando o contato com a natureza e promovendo o bem-estar através de hortas coletivas que valorizam os espaços públicos, resgatam a cidadania e favorecem a alimentação saudável e segura.
maio 9, 2013 às 7:20 pm
Muito legal !!!!!!!!!!
Fico ás órdens p/ parcerias…
Sou biólogo e atuo na área de horticultura organopônica…
maio 29, 2013 às 9:59 pm
Que ótimo, Henry!
maio 29, 2013 às 10:07 pm
Satisfação!!!!!!!! estamos ás órdens p/ parcerias… http://www.lojamais.com.br/elementosverdes3 f: 31293916 Elementos verdes 3.
julho 3, 2013 às 1:52 am
olá atuo com orgânicos aqui no Paraná e estou a procura de milho roxo (não o pipoca) e outras variedades de milho crioulo, vermelho e etc.
julho 3, 2013 às 9:53 am
Oi! Aqui temos plantado algumas especies de milhos crioulos, mas sempre em pequenas escalas, nas hortas urbanas. Vc eh produtor!? Podemos pensar numa troca de sementes, ou algo assim..! 🙂